domingo, julho 06, 2014

Livros primeiro semestre 2 - A história inacabad

É com grande dor que anuncio que fui fraco, pequei, e esqueci de publicar a nobre nota peculiar sobre os livros que li no segundo semestre de 2013. Uma grande derrota, pois estamos no ano corrente de 2014, em julho, 5, às 22h44, para ser exatamente preciso nesse momento em que digito. Para ser ainda mais desagradável, farei minha descrição da lista de obras contempladas no primeiro semestre de 2014. Um erro, mas um erro prazeroso.
Fugindo da ordem cronológica, faço registro de ter lido O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway. Por ter feito uma incrível monografia sobre The House of Mirth, de Edith Wharton, já tinha interesse em ler Hemingway. A ligação entre esses autores ficará para o Google responder. O que fica é o gosto de mar em minhas lembranças, o sofrimento de buscar um objetivo e vê-lo ser conquistado e retirado aos poucos, sem que possamos resgatá-lo a tempo de saborear a vitória. A narrativa é muito rápida. Um diálogo interior que ainda não sai da minha cabeça, diferente destas palavras neste post, que fluíram, após relutância da minha memória.
O próximo livro a ser relatado nada tinha de clássico literário norte-americano dos anos 30-40 ambientando no Caribe; A Dança do Universo, de Marcelo Gleiser, foi uma leitura muito prazerosa, dedicada com ênfase em um domingo de outono. Sobre os cientistas, a ciência e a física entrei em contato com aquele eu que lia a revista Superinteressante em 1997, buscava logo a parte da astronomia e tentava compreender aquela linguagem complicada. Quando alguém nos diz sobre a relatividade e que o tempo pode ser diferente, não é algo impossível de ser imaginado, em 2014 revivi cenas tão nítidas de 97 que nem parece que um século teve seu fim, um milênio nos deu adeus, outro nos encontrou, e que alguém da 4ª série ainda não esqueceu de seus sonhos, embora estejam num incrível processo de viagem no tempo não desvendado pela humanidade.
Voltei a ler Dostoiévski. O Jogador é uma trama interessante, suposições que me dão medo; por que somos (eu sou) tanto desconfiados nesse mundo de emoções criado em nossas mentes? Acreditar que sabemos o que alguém pensa, deseja, gosta e ama é a maior aposta que fazemos. E aposto que fazemos isso todos os dias. Noites também. Essas jogadas nos derrubam e temos que criar outras suposições para levantarmos do chão de ilusões.
Tantas ilusões que posso ter ficado cego de memória. Ensaio sobre a Cegueira foi destruidor. Já tinha contato com a maneira Saramago irritante de dispor as palavras no livro, porém é ver o homem como um animal qualquer que me incomodou. É uma ótima maneira de ver como funcionam as redes sociais digitais, pessoas que vão cegando, se agrupando ao ser isoladas das que são diferentes, que também farão parte do isolamento, até que chegam alguns indivíduos e tocam o terror, mais terror aparece e aquele mundo cai. Velhinho sacana que percebeu o futuro, o passado e muito mais sobre o homem e seus aspectos instintivos.
Não lembro mesmo se li mais obras. Caso volte a pensar no assunto, atualizarei. Fica aqui essa imagem que faz muito sentido à publicação.


ATUALIZAÇÃO 12/08/2014

Durante um tempo fui sonâmbulo. E não brinco ou falo inverdades. Deixei de citar aqui que bati a cara nas prateleiras da biblioteca do Sesc e, após ler Saramago, dediquei horas de leitura em Mia Couto. Não conhecia da literatura africana obras, romances ou histórias. Ainda pouco conheço, mas reconheço que em Terras Sonâmbulas também não dormi, permaneci acordado por horas antes de meu sono, em uma leitura de literatura fantástica, envolto à guerra civil e lendas que se misturavam e dançavam pelas páginas. Estamos todos percorrendo caminhos, mas também podemos todos estar no mesmo lugar, como Tuahir e Muidinga.
Espero, com essa atualização, ter concluído minha publicação sobre as obras lidas no 1º semestre de 2014. Acho que as horas perdidas de sono resultaram em falta de atenção. E também em muita imaginação.