sábado, outubro 06, 2012

Resenha On The Road - Pé na Estrada

Abri a primeira página. Esse foi o último ponto visto durante todo o texto que será transcrito a partir de agora, tendo em vista de que o fato de abrir a página de um livro trouxe não apenas uma incrível história de alguns malucos que decidiram perder o caminho de casa para encontrar o caminho de um mundo de aventuras, mas uma nova forma de escrita literária que acabara de apoderar-se momentaneamente da minha maneira de fazer com que essas “letrinhas” caracteres ocidentais fizessem sentido e possuíssem significado para aqueles que as lessem, assim mesmo, correndo, como guepardos na África, embora nunca lá estivesse e também não estivesse uma só vez nos Estados Unidos da América, mas posso sentir que tudo o que li fora vivido por mim nesses apenas seis dias que foram levados para começar e terminar uma leitura para lá de divertida de On The Road – Pé na Estrada de Jack Kerouak, com tradução de Eduardo Bueno, e digo isso porque ri muito a cada hipster que era descrito na obra, a cada porrada de descrições de cenas inusitadas e ao mesmo tempo tão cotidianas e a cada viagem, que pode ter sido feita em muitas e muitas milhas ou quilômetros dentro de um carro, ônibus, trólebus, caminhão, a pé e o que mas estivesse disponível, ou não, para completar a maior viagem da vida de certos personagens, e que para mim esteve a alguns centímetros de distância, da cabeceira da minha cama estendia o braço e esticava com certa rigidez militar afastando o livro dos meus olhos para transportar as mirabolantes profusões de pensamentos e loucuras de Sal, Dean e os outros, incluindo o fato de que acabara de ler Dostoievski, também citado na obra e da mesma maneira, pois prefiro estar deitado na cama para realizar a leitura, afinal, confio nos autores que escolho para serem meus guias. E eis que forma desta retorna o ponto.


segunda-feira, setembro 10, 2012

As Crônicas de um crônico - As Crônicas de Artur

Quatro anos atrás (2008), na distante terra siglatária situada entre Assisium Brasile e Septem Septem, durante um dos intermináveis intervalos que ocorriam todas às noites, uma conversa era aquecida, não pelo poder do álcool, como muitos poderiam sugerir pelo tom da minha escrita, mas pelo diálogo entre um estudante de letras e um acadêmico de direito. Sobre o que eles tanto poderiam conversar, alguém pode perguntar, e eu respondo: sobre as lendas da Inglaterra, os feitos do rei Artur e os poderes de Merlin.
Dessa forma, alguém também pode dizer, “que coisa mais boba, história de crianças”. Era isso que eu tinha em mente quando fazia um esforço para lembrar o que tinha escutado ou lido sobre a lenda do rei Artur, antes ainda das aulas de Literatura Inglesa I. Havia achado muito estranho, soube nessas mesmas aulas, que, caso tenha existido, Artur não fora um rei. Pelo menos não da maneira como aprendemos sobre como eram os reis. Eis que, tomado pela dúvida e pela curiosidade, surge Lieber, alguém que surpreendentemente havia lido sobre a lenda, ou aquilo que podemos chamar de lenda. Nesse assunto chegamos a ideia de que seria interessante que eu lesse “As Crônicas de Artur”, escrita por um historiador que soube colocar uma pitada de veracidade em um romance sobre os tempos arturianos. Através desse romance a história poderia se tornar um bocado mais intensa e divertida, e poderia fazer com que as lembranças infantis sobre Artur, Merlin, Avalon e a Távola Redonda fossem riscadas da memória.
Passado um período, maior que aqueles reservados às aulas, veio-me a ideia de ler sobre o que conversávamos naqueles distantes lugares. Pareceu-me muito tempo. Comecei a ler ainda em 2011, porém apenas hoje, 10 de Setembro de 2012, a um dia do aniversário de uma tragédia transmitida pelas antenas para o mundo todo, relatada pelos mais diversos bardos da modernidade e que ainda pode ser vista e revista à qualquer momento, terminei de ler sobre a história que mudara o destino de um pequeno país em formação e que, mesmo sem o mesmo poder de veracidade das “lentes da verdade”, fora capaz de ultrapassar as gerações e influenciar a imaginação de muitas pessoas, a história do Rei Artur. Parabéns Bernard Cornwell por ter escrito essa obra maravilhosa, e parabéns Lieber, por ter influenciado minha leitura.