segunda-feira, setembro 10, 2012

As Crônicas de um crônico - As Crônicas de Artur

Quatro anos atrás (2008), na distante terra siglatária situada entre Assisium Brasile e Septem Septem, durante um dos intermináveis intervalos que ocorriam todas às noites, uma conversa era aquecida, não pelo poder do álcool, como muitos poderiam sugerir pelo tom da minha escrita, mas pelo diálogo entre um estudante de letras e um acadêmico de direito. Sobre o que eles tanto poderiam conversar, alguém pode perguntar, e eu respondo: sobre as lendas da Inglaterra, os feitos do rei Artur e os poderes de Merlin.
Dessa forma, alguém também pode dizer, “que coisa mais boba, história de crianças”. Era isso que eu tinha em mente quando fazia um esforço para lembrar o que tinha escutado ou lido sobre a lenda do rei Artur, antes ainda das aulas de Literatura Inglesa I. Havia achado muito estranho, soube nessas mesmas aulas, que, caso tenha existido, Artur não fora um rei. Pelo menos não da maneira como aprendemos sobre como eram os reis. Eis que, tomado pela dúvida e pela curiosidade, surge Lieber, alguém que surpreendentemente havia lido sobre a lenda, ou aquilo que podemos chamar de lenda. Nesse assunto chegamos a ideia de que seria interessante que eu lesse “As Crônicas de Artur”, escrita por um historiador que soube colocar uma pitada de veracidade em um romance sobre os tempos arturianos. Através desse romance a história poderia se tornar um bocado mais intensa e divertida, e poderia fazer com que as lembranças infantis sobre Artur, Merlin, Avalon e a Távola Redonda fossem riscadas da memória.
Passado um período, maior que aqueles reservados às aulas, veio-me a ideia de ler sobre o que conversávamos naqueles distantes lugares. Pareceu-me muito tempo. Comecei a ler ainda em 2011, porém apenas hoje, 10 de Setembro de 2012, a um dia do aniversário de uma tragédia transmitida pelas antenas para o mundo todo, relatada pelos mais diversos bardos da modernidade e que ainda pode ser vista e revista à qualquer momento, terminei de ler sobre a história que mudara o destino de um pequeno país em formação e que, mesmo sem o mesmo poder de veracidade das “lentes da verdade”, fora capaz de ultrapassar as gerações e influenciar a imaginação de muitas pessoas, a história do Rei Artur. Parabéns Bernard Cornwell por ter escrito essa obra maravilhosa, e parabéns Lieber, por ter influenciado minha leitura.